quinta-feira, julho 06, 2006

teus olhos, ó minha mãe
brilham mais do que o sol
porque o sol é um apenas
e os teus olhos são dois sois

os braços puxados com força, as palavras que não são ditas, os olhares que inspiram mais medo do que amor. [não foi um erro]
as convicções que destruimos a cada conversa, os mangericos que nos morrem em cima da mesa, as prendas que trocamos. [a minha mulher dança]

perdoem-me, meus amores, as hipóteses. [será que poderei perdoar-vos?]

os beijos que se recebem como prendas.
o julgamento em cada palavra.
a soberba das certezas que não se têm.

(as frases que ficam por terminar, as ideias por concluir, as conclusões que se precipitam)

teus olhos, ó minha mãe...

o hesitar nas palavras meigas, o vomitar as palavras duras, a delicadeza [que...].

brilham mais do que o sol...

a simplicidade imaginada.

porque o sol é um apenas
e os teus olhos são dois sois.