sábado, janeiro 07, 2006

dos gelados, dos perfumes e dos locais onde não iremos mais...

Uma homenagem a duas pessoas que não sabiam onde acabava um e começava o outro...

Limites

Há uma linha de Verlaine que não mais recordarei,
Há uma rua próxima vedada aos meus passos,
Há um espelho que me viu pela última vez,
Há uma porta que eu fechei até ao fim do mundo.
Entre os livros da minha biblioteca (estou a vê-los)
Algum existirá que já não abrirei.
Este Verão farei cinquenta anos;
A morte, incessantemente, vai-me desgastando.

De Inscriptiones (Montevideu, 1923)
de Julio Platero Haedo
in Poemas Escolhidos de Jorge Luís Borges


2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

qué pasou?

10:41 da manhã  
Blogger j. said...

Servirá este poema, para outras situações, para outras pessoas... Esta homenagem pública é privada e de certa forma inapropriada para este lugar...
Serve para eu falar comigo própria e partilhar com os outros apenas a superfície passível de ser apropriada por outros.
Neste caso a superfície é um poema.

7:30 da tarde  

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