segunda-feira, julho 10, 2006

amo-te

a primeira vez que me disseste "amo-te", escreveste-me.
Bip. Bip. Bip.
aquela palavra. nem soube o que pensar. liguei-te para que mo confirmasses.
disseste-o uma vez mais, no meio de uma multidão, aproximaste-te de mim e suspiraste "amo-te" ao meu ouvido, deixando-me atrapalhada no meio de uma conversa simples que decorria fluida entre um grupo de desconhecidos sentados num banco corrido. lembro a felicidade estampada no teu sorriso.
"amo-te" sem mais.
"amo-te" sem contrapartidas.
"amo-te" porque és a minha menina.
"amo-te" porque vais contra tudo e todos para me amares à tua maneira.
"amo-te" porque cresces e aprendes todos os dias.
eu também te amo e nunca to disse. pelo menos assim, com as palavras todas. um dia achei que não te amava mais. só muito mais tarde compreendi que nunca se deixa de amar alguém.

a segunda vez que me disseste "amo-te" não o disseste.
olhaste-me, desviando os olhos do luminoso mediterrâneo e mergulhando na penumbra onde nos encontrávamos abraçados, e olhaste-me amando.
tão surpreendido tu como eu com esse amor que escorria infinito dos teus olhos água.
não te perguntei se me amavas. amavas. eu amava. nunca pensei sobre isso.
um dia, isso deixou de ser suficiente e eu comecei a sentir necessidade de nos dizer que te amava.

a terceira vez que me disseste "amo-te" ...