terça-feira, janeiro 31, 2006

Sabe-se Lá (Frederico Valério e Silva Tavares)


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Lá porque ando embaixo agora
Não me neguem vossa estima
Que os alcatruzes da nora
Quando chora
Não andam sempre por cima
Rir da gente ninguém pode
Se o azar nos amofina
E se Deus não nos acode
Não há roda que mais rode
Do que a roda da má sina.

Sabe-se lá
Quando a sorte é boa ou má
Sabe-se lá
Amanhã o que virá
Breve desfaz - se
Uma vida honrada e boa
Ninguém sabe, quando nasce
Pró que nasce uma pessoa.

O preciso é ser-se forte
Ser-se forte e não ter medo
Eis porque às vezes a sorte
Como a morte
Chega sempre tarde ou cedo
Ninguém foge ao seu destino
Nem para o que está guardado
Pois por um condão divino
Há quem nasça pequenino
Pr'a cumprir um grande fado.

Afinal sou eu quem não sabe procurar...

sabe-se lá...

se esta vida é boa ou má...
Sabe se lá... la la la ... o que será?

Caraças! eu já soube este fadinho... e agora que ele me veio à garganta só consigo desenrascar este início e nem o google me ajuda...

Já não basta as cordas vocais já não serem o que eram, dá-me agora para ter a memória de um peixinho vermelho...

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Peixe! Boga! És mesmo um peixinho...

(ou as mil e uma maneiras de perder tempo e a memória)


Vou tirar uma factura... ai merda! tenho que ligar para aquele colégio... agora não, não me apetece... tenho que inventar uma mentira primeiro... toca o telefone. O que é que eu estava a fazer...

Vou ligar ao colégio, já sei o que dizer-lhe... ai! doi-me o estômago... não comi nada hoje...

(pausa na casa das sandes)

Ainda não vi os mails hoje... (ver os mails, blogs e perder tempo na net durante 2h30)... xiça! Ainda não tirei as facturas... preciso de contar o número de crianças que frequentaram a actividade primeiro... hmmm...

É verdade, vou ligar agora ao colégio...

Agora já é tarde, ligo amanhã. O que é que eu tinha pra fazer hoje? Ah! passar aquele cheque... olha, está aqui a revista do público de há três semanas... apetece-me fumar um cigarro... vou lá para fora e aproveito para dar uma vista de olhos à revista...

(lá fora) Ah! é verdade... deixei um post a meio com uma fotografia a fazer upload... naba! peixe! boga! vou já acabar isso! É prioritário!

Oh! merda! Tenho que fazer a contagem dos miúdos inscritos...

Encontrei




Umas fotos decentes da neve em LX











domingo, janeiro 29, 2006

Será justo...

que alguém que nunca viu puto de neve na vida tenha que morar no Porto no único dia do ano em que faz melhor tempo do que em Lisboa?
Tem dias que me sinto com tendêndias... ai! tendências para a dislexia...

Será que isto sempre esteve escrito assim e eu não dei, pura e simplesmente, conta?

segunda-feira, janeiro 16, 2006

estranha sensação de não pertença...

Reflexão suscitada pela série BnO

Será impressão minha ou de quando em vez surge uma geração de pessoas que sobressai?

Não estou a falar de génios literários ou metres das artes plásticas... apenas aquela geração que lança mais jornalistas, políticos, comentadores e proeminentes em geral.

E será impressão minha ou essas gerações tendem a provir dos mesmos locais num dado momento?

O mesmo colégio privado, a mesma zona da cidade e até (talvez em tempos mais recentes) de um qualquer bairro suburbano de Lisboa...

Aquilo que estou a sentir, talvez como uma pontinha de inveja e de desdém , é que é essa é a minha geração.

E não há margem para dúvida, eu não sou sequer vagamente proeminente. Não sou jornalista, político, comentador, nem mesmo cientista, bolseiro ou escritor em qualquer revista de uma qualquer especialidade oscura e "eles", são.

Presidente das minhas tendências, imperatriz destronada... dona apenas da minha opinião.

quinta-feira, janeiro 12, 2006

introdução aos estudos literários

E de repende discutimos A Cidade e as Serras e eu não sei o que dizer...

...pois... não li... parece muito interessante... realmente o Eça de Queiroz não pretendia redimir-se... pois... vejo bem... era uma ironia, levou a modernidade da cidade para a serra...

E olho para uns olhos castanhos e amendoados, uma pele morena de quem fuma muito e com gosto... aquele cabelo liso à altura do queixo... às vezes ri-se e gosta de ironias...

Penso estas coisas todas e digo palermices, ponho-me a rir quando falamos de pré-românticos e percebo de repente que ela leva o tétrico e melancólico muito a sério e lá tento manter uma certa compostura...

Mas aqueles olhos castanhos e amendoados põem-me sistematicamente a pensar no sabor dos seus beijos enfumarados...

Entre o seduzida e incomodada tento concentrar-me nos estudos literários e fixar bem as paredes do gabinete da faculdade, abstrair-me da posição das mãos dela, a maneira como se senta e modo como me olha e tentar não fazer disso um motivo de pensamento...

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Blood Brother rulez! ou Ode à piroseira...


Isto tem mais graça para quem morou aqui:
(já repararam no novo relvado sintético?)



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"A título gracioso foi oferecido à Associação dos Moradores da Portela, pelo
João Alexandre Roque e pelo Nuno Roque, um hino que tivemos a oportunidade de
estrear no Festival de Encerramento de 2004 e que foi (muito justamente) um
grande sucesso!"


in www.amportela.pt

sábado, janeiro 07, 2006

dos gelados, dos perfumes e dos locais onde não iremos mais...

Uma homenagem a duas pessoas que não sabiam onde acabava um e começava o outro...

Limites

Há uma linha de Verlaine que não mais recordarei,
Há uma rua próxima vedada aos meus passos,
Há um espelho que me viu pela última vez,
Há uma porta que eu fechei até ao fim do mundo.
Entre os livros da minha biblioteca (estou a vê-los)
Algum existirá que já não abrirei.
Este Verão farei cinquenta anos;
A morte, incessantemente, vai-me desgastando.

De Inscriptiones (Montevideu, 1923)
de Julio Platero Haedo
in Poemas Escolhidos de Jorge Luís Borges