segunda-feira, dezembro 04, 2006

RIP

14/04/1968 - 03/12/2006

eternamente Plexus

sexta-feira, novembro 10, 2006

Abraço [republish]

Como juncos verdes, como seara seca, mais da amplitude do céu do que da terra. Finas hastes abraçadas pelo vento, tocando em bicos de pés o solo que as prende.

Agora que penso nisto... este foi melhor parágrafo escrito neste blog.
Deixemos a arte aos artistas se somos apenas artesãos da vida.

domingo, outubro 01, 2006

A caverna
















resposta: paradoxalmente, ou talvez não, os ventos no meu coração não mudam com facilidade.

terça-feira, setembro 26, 2006

Um leitor pouco provável questionou-me sobre o post anterior. Claro que isto dá que pensar. Se calhar escrevi aquilo como quem poderia ter escrito outra coisa qualquer. Se calhar esta é apenas uma forma de encontrar verdades, de encontrar regularidades, de nos convencermos de qualquer coisa. Mas é certo que não concordo com aquilo que já tenho ouvido dizer da boca de muito boa gente: gostamos de sofrer. É uma treta! Gostamos de ser felizes, de amar e sermos amados de volta e uma das melhores maneiras de continuarmos apaixonados, ou com vontade disso, ou convencidos disso é sermos amados. A não ser naqueles casos em que nos envolvemos com alguém que nitidamente não tem nada a ver connosco, mas normalmente essas paixões acabam no final da adolescência. Nessa altura ainda cometíamos enormes erros de cálculo e aceitávamos namoro do moço simpático que guiava um honda e tentava comportar-se como um adulto. Depois dessa fase há o sexo, há a paixão genuína e arrebatadora pelos indivíduos intrigantes e há o amor. E o amor baseia-se em cumplicidade, projecto de vida e tusa. Claro, tusa. Estes três factores não vivem independentes e podem existir concomitantemente ou evoluir de uns para os outros. Claro que a questão se mantêm pertinente, sentiremos independentemente do que o outro sente? Amaremos sem sermos amados? E tendo sido amados o nosso amor extingue-se com a falta de reciprocidade? Sabemos que várias condições podem alimentar um incêndio: o calor, o vento, o combustível. Poderá o amor ser alimentado pela dúvida? Provavelmente. Pela ironia? Também. Pelo espicaçar? Sim. Pela indiferença? Durante muito pouco tempo. Pelo desamor? Não. Como amar quem não nos reconhece características “amáveis”? Sou compelida a concluir o mesmo. Mas talvez também seja obrigada a admitir que poderá existir dentro de nós, possivelmente para sempre, uma espécie de cookie que nos permite reconhecer o amor desse alguém que já amamos e nos amou. Talvez baste estimular essa lembrança e o nosso coração bata emocionado, talvez não. Eu não saberia dizer.

segunda-feira, setembro 25, 2006

mesmo os amores mais desesperados se alimentam de reciprocidade e por isso mesmo nunca amo quem eu sei que não me ama. não concebo a ideia de um amor impossível.

sexta-feira, setembro 15, 2006

Crónicas passadas III

S. Gião.

Vamos as duas, tu ficas ali atrás daquele poste e eu vou lá. Pago o banho e deixo-te a porta aberta, depois é só entrar. Dois banhos pelo preço de um. Ai que vergonha amiga. Pronto. Está combinado.

Fico ali à espera, toalha ao ombro, bolsa de higiene debaixo do braço. Ali vêm eles. Palhaça. Sempre a fazer caretas e negaças. Ela entra, eu entro a seguir.

Ficamos nuas e conversamos tal qual como quando duas mulheres ficam nuas e se lavam. Rimos. Conta-me que o homem perguntou por mim: "a sua amiga não vem?" fez-se desentendida mas as caretas eram para que não viesse. Eu, claro, não entendi a tempo.

Ela acaba o duche, desliga a água. Entro na cabine e ligo a água. Um jacto morno que lentamente começa a levar consigo o pó do parque de campismo, da limpeza que fizemos à discoteca, a tinta seca da pintura do bar. Shampo, gel de banho, espuma cheirosa. Água fria. Subitamente alguém desliga o aquecimento. Raios. Gargalhada. Afinal o homem não é assim tão inocente e o truque é velho. Vais ter que lá ir amiga. Ai que vergonha. Pronto, vou lá e pago outro banho, sem comentários.

Toda a semana seguinte se passou assim. Pagavamos sempre dois banhos, depois disso entravam quinze pessoas que nos batiam à porta perguntando se já podiam entrar. O homem nunca mais desligou o gás. Foram das melhores férias que já tive. Amiga, trabalho, camaradas.

quinta-feira, setembro 14, 2006

uma amiga info-excluída pediu-me uma ajuda...


Pronto menina, é assim que se põe uma imagem !

quarta-feira, setembro 13, 2006

98 octanas

Como parte da minha reeducação (ah! e os imensos significados que isto tem!) tenho ido ao cinema. Ainda ontem tive o grato prazer de ver esta senhora entrar-me pela porta dentro para me convidar para assistir à ante-estreia deste filme. E como o próprio realizador nos pediu numa pequena intervenção antes da película ter início, estou aqui para dizer aos meus amigos que está um filme português em cena.

segunda-feira, setembro 11, 2006

em conversa num e-mail...

"...e eu PRECISAVA. Claro que isto do “precisava” em maiúsculas é obviamente um exagero, life goes on mesmo quando a gente acha que o nosso coração parou. "

quarta-feira, agosto 30, 2006

Galiza



Foram estas bichas que comemos até a náusea nos invadir as tripas.

domingo, agosto 20, 2006

sábado, agosto 19, 2006

Esta lista vai ser provavelmente o meu castigo daqui a dois anos. Entretanto, um beijo enorme aos queridos amigos que foram colocados nas escolas que desejavam ou mesmo nas escolas possíveis, aos outros... beijos, beijos, beijos.

quinta-feira, agosto 17, 2006

MAXIME

Não sei se teria gostado tanto se não fosse agosto e a casa não se ficasse por meio cheia, ou meio vazia, como preferirem os derrotistas ou optimistas da vida, mas o que é certo é que chegar lá numa quinta-feira e apanhar com fado vadio é uma daquelas coisas que me vai aquecer o peito o ano todo que vem pela frente.

Dias mais tarde, chegar já a entrar pelas 4 da manhã, com duas proibitivas capirinhas de meio litro a bulir-me com o espírito, dar um pezinho de dança with a very dear friend (pois é, nem sempre os homens querem alguma coisa comigo) partir contrariada, parar o carro em frente ao prédio já com a luz das manhãs fabulosas do sul a invadir-me os olhos.

Noites assim trazem-me dias a fio sorumbática e calada quando retorno a esta cidade castigo.

Lápis azul

Declaro oficialmente este espaço como um local sentimentalmente correcto [porque há censuras que só nós nos podemos impor]

quarta-feira, agosto 16, 2006

cacilhas, tejo, lisboa e ponte 25 de Abril






que ela morresse sozinha. que alguém a matasse. sempre pensei que seria capaz de praticar eutanásia.

terça-feira, agosto 15, 2006

pen pal

Com 11 ou 12 anos tive uma pen pal, já não faço puto ideia de como se chamava, sei que tinha a minha idade e vivia no Brasil, não sei onde. Lembro-me porque lhe deixei de escrever. A minha mãe violou, um dia, uma carta em que ela dizia que tinha ido à matiné, com os primos ou irmãos, de uma discoteca chamada o Fantasma da Ópera. Do nome da discoteca nunca me esqueci. Sei que houve uma sessão de baba e ranho lá em casa. Eu achava que a minha cartinha era um pequenino espaço de privacidade dentro da privacidade que não existia no espaço familiar e a representante da autoridade caseira achava que aquilo era um direito que lhe assistia.

Nunca mais tive um/a pen pal oficial, daquelas que a escola nos incentivava a escolher entre as centenas de meninos de outras escolas de todo o mundo que também estavam dispostos a partilhar as suas jovens experiências com alguém que nunca tinham visto.

Tive mais tarde um bloco onde escrevia para mim. 13 anos. Um dia escrevi nele algo tão piroso como isto: "era tão lindo ver escrito numa árvore: joana loves paulo". O desgraçado do Paulo, era um imberbe moço de igual idade que servia como acólito todos os domingo. De nada adianta o choro perante a implacável ironia de uma mãe. Não era apenas a ironia era o amesquinhamento.
A partir dai comecei a ser muito mais cuidadosa.

Descobri aos 15, alguém que se tornou durante anos a fio o interlocutor dos meus ímpetos epistolares. Era praticamente irrelevante se me lia ao não, o importante era eu escrever. O importante era as cartas serem mandadas e não ficarem ali debaixo de olhares alheios. Respondeu-me apenas uma vez, foi ele que me disse: "escrevo-te mas não me apetece escrever-te, apetece-me falar-te e depois dormir contigo que é o acto mais íntimo que conheço". Também foi ele a primeira pessoa que me disse que escrevia bem.

Acabou quando dormimos juntos, muitos anos depois. Também não interessava, não era a ele que eu escrevia, ele era apenas o Prince das minhas fantasias, ao fim de alguns anos, quem ele era, de facto, não tinha importância nenhuma mesmo que eu dissesse que não. Enquanto o construia era a mim que ia construindo e crescendo e pensando sobre os assuntos que discutia com ele por carta.

Depois veio a era dos teclados e o chat. Para quê escrever quando podemos conversar? Claro que tudo isso, o mIRC, as pessoas que não conhecemos é muito limitado, até o dia em que conheces realmente alguém a quem vale a pena escrever um e-mail em vez de um sorriso electrónico em tempo real. Ansiar a resposta, ou não, pensar naquilo que se escreve mesmo quando aquilo que se escreve não é poesia. Contar o dia-a-dia ou cifrar uma mensagem (quase um poema).

Depois durante muito tempo nada. Escrever o quê? Escrever a quem? Escrever para quê? Muitas vezes pensamos e perdemos aquilo que pensamos. Esquecemo-nos. Mesmo isto que agora escrevo não seria muito melhor dito? Uma conversa pequenina, cujo objectivo único é darmo-nos a conhecer a alguém que nos interessa e se interessa em conhecer-nos. Mas é verdade que a falta de registo incomoda.

Voltei a escrever por isso mesmo, o blog e coisa e tal. Essas coisas ainda mais modernas que o velho e desvirtuado mIRC. Durante bastante tempo a coisa andava às pancadas, aos trambolhões, faltava-me o destinatário, real ou imaginário. Agora não.

sábado, agosto 12, 2006

uma trancada. dura, longa, forte. terna, cuidadosa, conscienciosa. nem mais, nem menos.

sexta-feira, agosto 11, 2006

future post

sem sombra de dúvida, amo Lisboa.

segunda-feira, agosto 07, 2006

across the ocean call

ligo-te. ligo-te uma vez. despreocupadamente. ligo-te mais uma vez. não atende... está ocupado. ligo uma vez mais. não atende... aquilo realmente dá muito trabalho. ligo. ligo. ligo. ligo-te já muito tarde. agora certamente está perto do telefone. não está. amanha ligo. deixou o telefone no carro. ligo à tarde. ligo uma vez mais. ligo. ligo. nego as imagens que me surgem na cabeça. ligo. tenho a certeza. ligo. tenho verdadeiramente a certeza. ligo. começo o processo habitual de imaginar desculpas. inventar hipóteses. rever ideias. ligo. penso em ligar a mais alguém. este não. aquele também não é boa ideia. não, ligar a este é po-lo em causa. ligo. ligo. uma boa oportunidade de saber noticias. ligo. ligo. queria desiludir-me antes de ter a certeza. ligam-me. não há nada que eu não saiba sobre ti. nesse aspecto somos exactamente iguais. quiseste rebentar esta bolha a que chamam pressão. entendo. entendo perfeitamente. mas nesta altura do campeonato... enfim. não digo. quero ouvir-te do outro lado da chamada. ligo. ligo. ligo. ligo-te.

domingo, agosto 06, 2006

preocupo-me como se fosse mãe. isto não pode continuar muito mais tempo.

sexta-feira, agosto 04, 2006

savoy, 3 de agosto de 2006

automaticamente.
como quem costura.
como quem borda.
como quem debita produtos numa maquina registadora.
como quem fode esquecido do que é o amor.
bateria e baixo em compasso certo e firme.
em volteios inúteis o piano.

tão gastos como o veludo do sofá: os olhares vazios, os bigodes que já não se usam, os aplausos automáticos da parca assistência.

uma voz escorre grave, suave, fio de som no microfone com efeito echo. standarts de sempre, repetidos até à exaustão, cantados em todas as noites desde que a noite se faz naquele bar de hotel.

uma tez de Goa. uma pele de quem não é de cá. olhos escuros de quem viu a Índia para depois ver Moçambique para aqui chegar condenando o som ao modo repeat.

e só se ouve música quando no trio se fecham os olhos, e as imagens crescem dentro das cabeças dos músicos como pautas, como flores, como serpentes, quando lá fora não há piscina, não existem turistas, não há hotel e não existo eu despedindo-me com um baixar de olhos dos músicos ao fim da noite. quando eles não se despedem de mim com um súbito olhar de homens.

crónicas futuras 0 (sub-produto das crónicas futuras I)

Da "minha" rua com nome de arbusto odorífero desce-se para o Casino. O percurso deve fazer-se de tacão largo e alto e saia rodada. A saia deve privilegiar os padrões floridos e coloniais.

Do Casino escolhemos a esquerda e a Baixa, o café do Teatro, ou a direita e a estrada Monumental com os seus hoteis finos e/ou decadentes.

Talvez um dia o meu futuro passe por aqui e seria muito mais fácil se tudo fizesse sentido. Já fez mais do que agora faz, mas todas as coisas são uma questão de hábito. O amor, a solidão, a terra em que vivemos, a terra que adoptamos. Mesmo que essa terra seja um pedaço de vulcão perdido no meio do mar.

Dizem-me que é possível ser feliz aqui. Dizem-me que há quem tenha nascido e morrido aqui sem ser de distância, de solidão, de insularidade. Não sei. Na verdade sei muito poucas coisas.

quarta-feira, agosto 02, 2006

que raiva. escrever sem backup num cyber café de merda é de facto má politica. fiquem sabendo que o que tinha acabado de escrever era lindo. agora imaginem. o título era: crónicas futuras I. pronto. amanhã pode ser que me tenha passado a neura e o escreva de novo. se conseguir.

segunda-feira, julho 31, 2006



É para aqui que vou... durante uma semana a baia é minha, o sol é meu, a paz é minha.

domingo, julho 30, 2006

Você é complexado? Então o seu caso é muito grave...*

Depois de se armar em vítima, arma-se em assertivo (obrigada pela correcçao ortográfica).

O querer: conquista-se, seduz-se, não se pedincha. E não se obtendo, a melhor estratégia não é definitivamente o ataque.

Além do mais que raio de gente é esta que acha que um insulto é melhor maneira de continuar uma conversa? E já agora, quem é que acha que um insulto é também a melhor forma de acabar com uma conversa? Há complexos de inferioridade tramados!

Esta foi a primeira vez que alguém me acusou de ser racista numa relação. E claro, essa merda ofende-me! O mundo é um local surpreendente...

Se há coisa que tenho de aprender é que é impossível gostar de toda a gente, e que não há forma de entender todos os pontos de vista, e se o meu não é certamente o único, nem o melhor, também não tenho de sempre integrar o olhar alheio reformulando sistematicamente a minha postura (pois, porque isto não é a escola e não sou obrigada a ser pedagógica).

É uma merda, mas não estamos na cabeça dos outros e o mais que podemos fazer é expormo-nos o mais honestamente que conseguimos, defendendo aquilo em que acreditamos, sentimos e somos da forma mais civilizada que sabemos e esperar retorno condizente. Se assim não for, já dizia o outro:

Amigo que não presta
Faca que não corta
Que vá c’o caralho
Que pouco importa


* Baseado no Slogan do SOS RACISMO "Você é racista? Então o seu caso é muito grave."

Restaurante do Campo Alegre: Quadra popular inscrita em prato de cerâmica

Amor que não presta
Faca que não corta
Que os leve o diabo
Que pouco importa

A aldrabice que fiz na quadra também pouco importa...

sexta-feira, julho 28, 2006

As trovoadas têm qualquer coisa de inaugural, qualquer coisa de início do universo como se as partículas de energia colidissem de novo para criar a matéria.

O vento anuncia-as e podemos pressenti-las no ar húmido e quente durante o dia. Rebentam ao final da tarde ou durante a noite e sabemo-las perto pelo intervalo que medeia o raio e o trovão.


Uma vez que o som e a luz se deslocam através da atmosfera a velocidades muito diferentes, pode estimar-se a distância da trovoada através da diferença de tempo entre o relâmpago (luz) e o trovão (som). A velocidade do som é de aproximadamente 332 m/s. A velocidade da luz é tão elevada (± 300 000 km/s) que pode ser ignorada nesta aproximação. Portanto, a trovoada estará a 1 km de distância por cada 3 segundos que passem entre o relâmpago e o trovão.

sábado, julho 22, 2006

A poesia é boa. A poesia é linda. A poesia não serve para nada. Ainda bem, por isso é linda, por isso é boa.

Não concordo que existam palavras a mais. Existe é poesia a mais. Porque os sentimentos são complexos mas deturpáveis e a puta da poesia passa a vida a torce-los.

As palavras são boas. As palavras são lindas. A conversa é útil. Ainda bem, é por isso que nos explicamos, nos fazemos entender, mostramos os nossos pontos de vista, fazemos política.

A vida é feita de conversas e não de poesia. A poesia da vida não se diz. Acontece. Ainda bem.

Se digo: o verão é o meu território, faço poesia. Se digo: amo o verão, no verão sinto-me mais parecida comigo, no verão a solidão é mais pequena mesmo que estejamos sós, o verão torna o meu corpo mais flexível, mais bonito, mais dócil, estou a dizer a verdade. Estou a falar. Estou, eventualmente, a conversar.

Que boa a conversa, que bom contar uma história, dar-lhe detalhes, emprestar-lhe cores, fazer rir com a nossa conversa, tomar decisões, discutir soluções. Que boa é a conversa. Que bom é a troca. Que bom não pensar muito antes de falar.

Nem sempre conseguimos. Somos falíveis como o raio que o parta, somos muito complicados, somos poéticos, somos parvos.

Dizemos poesia em vez de dizer:
"coça-me as costas"
"vai trabalhar malandro!"
"faz-me um pão com manteiga"
"vamos sair?"
"queres um beijo?"
"faz-me um filho..."
"já ouviste esta?"
"estou cansada"
"quanto é que ganhas?"
"não sei o que fazer"
"ajuda-me"

Quero falar. Quero dizer. Quero expor. Quero entender e fazer-me entender. Quero soluções de compromisso, negociadas, discutidas, argumentadas. Quero deixar de falar sozinha e em código, quero combinar coisas contigo, quero que as palavras sejam prática e realidade.
Quero dar à língua e quero beijos franceses e estou fartinha de poesia.

quinta-feira, julho 20, 2006

Future posts

das trovoadas inaugurais
do som debaixo de água
das flores que nascem em Moçambique
daquilo que escrevemos quando já não aguentamos mais
do sono descoberto nos dias de calor
das contradições
da pele que se bronzea ao longo do Verão...

segunda-feira, julho 17, 2006

novo layout

Bem sei que este novo template é muito pretencioso. Ou melhor, é adequado apenas a determinadas temáticas e/ou estados de espírito. Talvez por isso e porque a fotografias ficam melhor contra um fundo negro, decidi mudar.
Se alguém me quiser dar umas lições de html prometo que personalizo esta coisa de maneira a coadunar-se melhor com aquilo que sou/estou (seja lá o que isso for...).
Lições de flash, guitarra e vida também são bem vindas.

quinta-feira, julho 13, 2006

arrebatamento


Como juncos verdes, como seara seca, mais da amplitude do céu do que da terra. Finas hastes abraçadas pelo vento, tocando em bicos de pés o solo que as prende.

terça-feira, julho 11, 2006

Diariamente

Pega neles de manhã e vão tomar todos o pequeno-almoço à confeitaria. Digo-lhes que é uma tolice gastar dinheiro na rua mas riem-se da mãe e vão todos entretidos a fazer imenso barulho na caixa de escadas. Enquanto meto mais qualquer coisa numa mochila (já vou atrasada) vejo-os sair rindo. Está tempo de chuva e vão com umas galochas inacreditavelmente berrantes, os três. Vão para perto. Depois os pequenos passarão o dia todo na escola. O grande ficará, como sempre, trabalhando nos milhares de projectos em que se envolve. Eu vou também.

Quando regressarmos, a casa voltará ao barulho e à azáfama, agora é silêncio e calma.

Ele virá contando as aventuras do dia e vai falar-me de muita gente que não conheço só para que eu diga "e esse é quem?" e "essa era qual?" enquanto me entretenho com tralhas que são só minhas. Lá dentro há coibóiada, jogos e música. Eles também têm tralhas que são só deles em que nós não tomamos parte e ainda bem. Depois também eles vêm contar-nos coisas.

As histórias intermináveis da professora, do recreio, dos amigos, das actividades extra, todas as coisas que lhes são importantes relatadas ao ritmo alucinante de um relato de futebol. Rimo-nos juntos. Ele, sentado mais ao longe, diz-me com os lábios aquilo que tem planeado só para nós os dois. Desconcentro-me uns segundos. "ouviste?". Sim. Descobriram um tesouro hoje e isso é mesmo especial. Depressa se esquecem do tesouro, o pai chama-os para que cavalguem nas suas pernas. Gritam.

Hoje ficam com um primo durante a noite. A perspectiva entusiasma-os. Poderão dançar com ele. O primo dança, rebenta colunas de som, dá cabo do juízo dos vizinhos, fuma cigarros de enrolar, beija-os na boca, deixa-os estourados a dormir no sofá e fica a ver filmes até tarde. Aprenderão coisas que não sabemos ensinar-lhes.

Voltaremos ligeiramente ébrios, demasiado perto do início da manhã, quando o azul se torna violeta. Dormirão os três na sala em pantanas. Deixemo-los lá. Ninguém dará por nós apesar das mantas que se ajeitam em cima dos corpos.

Deitemo-nos. Acaricia-me as coxas. Adormece-me com os teus dedos no meu sexo. Já nos amámos muito esta noite.
Amanhã quero dormir até tarde e se os putos despertarem cedo vai andar com eles de bicicleta na rua. Chapinem nas poças. Tu nunca dormiste muito.

Quando chegarem prometo sumo de laranja para todos.

segunda-feira, julho 10, 2006

amo-te

a primeira vez que me disseste "amo-te", escreveste-me.
Bip. Bip. Bip.
aquela palavra. nem soube o que pensar. liguei-te para que mo confirmasses.
disseste-o uma vez mais, no meio de uma multidão, aproximaste-te de mim e suspiraste "amo-te" ao meu ouvido, deixando-me atrapalhada no meio de uma conversa simples que decorria fluida entre um grupo de desconhecidos sentados num banco corrido. lembro a felicidade estampada no teu sorriso.
"amo-te" sem mais.
"amo-te" sem contrapartidas.
"amo-te" porque és a minha menina.
"amo-te" porque vais contra tudo e todos para me amares à tua maneira.
"amo-te" porque cresces e aprendes todos os dias.
eu também te amo e nunca to disse. pelo menos assim, com as palavras todas. um dia achei que não te amava mais. só muito mais tarde compreendi que nunca se deixa de amar alguém.

a segunda vez que me disseste "amo-te" não o disseste.
olhaste-me, desviando os olhos do luminoso mediterrâneo e mergulhando na penumbra onde nos encontrávamos abraçados, e olhaste-me amando.
tão surpreendido tu como eu com esse amor que escorria infinito dos teus olhos água.
não te perguntei se me amavas. amavas. eu amava. nunca pensei sobre isso.
um dia, isso deixou de ser suficiente e eu comecei a sentir necessidade de nos dizer que te amava.

a terceira vez que me disseste "amo-te" ...

domingo, julho 09, 2006

to do list

Nada como enfiar contas num colar para realinhar todas as nossas prioridades.

sexta-feira, julho 07, 2006

Desejo...

que me doa tanto como te dói a ti, durante todo o tempo que a ti te doer.

quinta-feira, julho 06, 2006

teus olhos, ó minha mãe
brilham mais do que o sol
porque o sol é um apenas
e os teus olhos são dois sois

os braços puxados com força, as palavras que não são ditas, os olhares que inspiram mais medo do que amor. [não foi um erro]
as convicções que destruimos a cada conversa, os mangericos que nos morrem em cima da mesa, as prendas que trocamos. [a minha mulher dança]

perdoem-me, meus amores, as hipóteses. [será que poderei perdoar-vos?]

os beijos que se recebem como prendas.
o julgamento em cada palavra.
a soberba das certezas que não se têm.

(as frases que ficam por terminar, as ideias por concluir, as conclusões que se precipitam)

teus olhos, ó minha mãe...

o hesitar nas palavras meigas, o vomitar as palavras duras, a delicadeza [que...].

brilham mais do que o sol...

a simplicidade imaginada.

porque o sol é um apenas
e os teus olhos são dois sois.

domingo, julho 02, 2006

"Era o que faltava!" - disse ele.

"era o que faltava..." - pensou ela!

sábado, julho 01, 2006

Não me apetece escrever.
Tenho muitas palavras mas nenhuma é a adequada.

terça-feira, junho 27, 2006

Santos do dia

Dia 26 de Junho

- Santa Ana (mulher infértil e infeliz que doou o seu filho, Samuel, a Deus)

- Santo Joaquim (marido de mulher infértil, pai da Virgem Maria doada a Deus)

terça-feira, junho 20, 2006

cristianismos

quem me dera ser egoísta.
quem me dera ser má.
quem me dera ser narciso.

quem me dera, quem me dera.

quem me dera ser cruel.
quem me dera ser sarcástica.
quem me dera arrancar o coração à dentada e comê-lo cru, lambuzando os dedos.

quem me dera não sentir nada. ser indiferente. quem me dera.

quem me dera ser assim mas não sou.

nem sequer sou fraca, sou fraquinha.
doem-me as lágrimas que choro e que me choram.
doem-me as frases ditas em voz alta e doem-me as caras meigas cheias de esperança.
doi-me a sensação de perda e doi-me a culpa.

desculpem lá o entusiasmo fora d'horas

.: Esta tarde, no Martim Moniz

Este é o link para um post que alguem escreveu sobre nós.

Estou contente porque o nosso boletinzinho de quem tantas vezes dizemos mal, porque é velho, porque é feio, porque tem páginas a mais ou a menos, porque é feito em cima do joelho e não tem absolutamente nada a cores consegue, ainda assim, fazer passar uma mensagem.
Também estive na Festa da Diversidade onde o Carlos Narciso encontrou o José Falcão e fiquei feliz.

Somos poucos mas somos realmente bons.

Viva o SOS RACISMO! Viva a REDE ANTI-RACISTA!

quinta-feira, junho 15, 2006

Quero ser amada e bem amada. Venha quem vier. Porque sei que sei amar bem de volta. Sei tornar os dias felizes, as madrugadas claras e as noites fogo. E sei trocar as voltas a isso e fazer manhãs de chama e noites calmas e dias de aventura. E sei ser (e fazer) feliz assim.

sexta-feira, junho 09, 2006

Ironia

Considerações finais

Estas considerações finais pretendem focar essencialmente aquelas que foram súmula das aprendizagens que realizei enquanto Estagiária.

Quanto a estratégias a usar na sala de aula pude perceber claramente que não existem metodologias inválidas desde que conjugadas de forma equilibrada e tendo em conta a coerência conteúdo/forma.

De referir ainda que, se por um lado considero uma felicidade pessoal ter tido oportunidade de estagiar na EB1 da Quinta de S. Gens, que possui um Projecto Educativo inovador seguindo aqueles que são os recentes paradigmas na educação, por outro lado temo que esta experiência possa deturpar uma percepção mais realista daquele que é o panorama escolar português.

Para que este tipo de ambiente educativo possa ser uma realidade mais constante em todas as escolas é necessário contar com um corpo docente tão ou mais comprometido com o seu papel social como aquele com que convivemos durante estas três semanas. Esta experiência incita-me a estabelecer, na prática profissional futura, equipas de trabalho funcionais, onde os seus elementos sejam complementares e não concorrentes, como pude observar no grupo docente da escola de Estágio.

Resta-me apenas desejar viver a minha futura profissão enquanto educadora (seja ou não na Escola formal) de forma tão entusiasta como nestas três semanas.

segunda-feira, junho 05, 2006

da ubiquidade e outros dons..

Há alturas em que o dom da ubiquidade é aquele que mais falta me faz. Terei certamente outros dons (como a capacidade de amar [muito] e tornar-me amável) mas esses não suprem a necessidade que tenho de estar em tantas partes ao mesmo tempo.
Assim, passo o tempo todo feita em partes, retalhada entre tarefas, papeis, locais. Professora, filha, mãe, estudante, amante, mulher, puta, colega, amiga, partida, estraçalhada, diferente em todos eles e una em mim.

sábado, junho 03, 2006



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quinta-feira, junho 01, 2006

Mergulho

Mergulhei na piscina... os sons distorcidos acalmam-me... dão-me tempo para pensar. Devo ter cuidado para não suster a respiração tempo demais...

domingo, maio 28, 2006

Porque é que o prazer, a dúvida e o medo me provocam a sensação física de náusea? Porque é que a felicidade está sempre doentiamente próxima do terror? Demasiadamente próxima do climax, próxima do fim, próxima do início...

pause. rewind. play. stop. This moment.

Silêncio que dura eternidades.

play. pause. rewind. stop. Again this moment.

segunda-feira, maio 22, 2006

Afinal...

Ontem é que foram os meus anos... desculpem lá, enganei-vos. Quem pensava que a coisa tinha sido a 16, estava equivocado, lamento, foi mesmo ontem... dia 21. Este ano foi diferente. Tive quatro abraços femininos, uma foto de conjunto, dois amigos da risota, muitas confidências, dois pares de surpreendentes mãos amigas e um sorriso a surgir atrás da montra que não vos digo nem vos conto. ;)

Ontem foi a minha vez, no meio da canseira, dos trabalhos, das olheiras, da canalhada e da pelintrice, de ser surpreendida com os outros de roda de mim.

quarta-feira, maio 17, 2006

Happy Birthday Mr. President

Sim, eu fiz anos. Sim, nem toda a gente se lembrou. Sim, fazer este número com demasiados angulos e poucas curvas está a fazer-me um bocado de impressão. Sim, para o ano é que vai ser. Sim, para o ano faço a minha idade fetiche.
Sim, isto tem muito que se lhe diga mas hoje estou muito ocupada. Volto mais tarde.

domingo, maio 14, 2006

3 não(s) girassol

Ela disse-me "não trabalhei o não, só trabalhei o sim" como tal é natural que tenha reagido mal ao não que ouviu. Basicamente não existia motivo para que esse não surgisse, nada o indicava, nada o fazia prever.

Ela perguntou-lhe "queres boleia para casa?". E o não, não foi a resposta, em vez disso uma sucessão de vagas explicações que se resumiam numa negativa profundamente revoltante quando tudo naquela noite lhe dizia sim. As festas na barriga e o sorriso. Tudo indicava o sim, tudo o fazia prever.

Quando ele lhe indicou onde iria ficar, ela sentiu uma pequenina surpresa. Era um não que faz todo sentido, mas que revela uma certa perda de estatudo junto de alguém. Um não sem não, um não silêncioso, um não amigo e honesto mas em todo o caso um não.

(a continuar)

domingo, maio 07, 2006

Future post title

Esquece tudo o que te disse...

segunda-feira, maio 01, 2006

statcounter

Agora finalmente começo a perceber como é que algumas pessoas conseguem saber determinadas coisas sobre quem os lê. Como tal vou fazer o meu primeiro post a fingir que percebo alguma coisa sobre o assunto.

Há muito poucas buscas na net que vêm dar a este gabinete empoeirado, mas as que aqui vieram dar diziam respeito a:
- frank ronan (ok, honest mistake)
- lista de competências (ok, este tb é na boa)
- casa de meninas em moscavide (what the fuck?)
- textos de teatro de bichas (este eu até tenho dificuldade em classificar)

O chato é que agora descobri mais uma coisita com que perder tempo... grrr

Papoila

Esta flor, que no outro dia insistias em não saber qual é, é a minha flor favorita.
É vermelha cereja, distingue-se em qualquer baldio, desfaz-se quando a apanhamos à bruta, esmaga-se e tinge-nos os vestido e aparece sempre, sempre, absolutamente sempre quando chega a primavera.
Faz-me lembrar quando ainda existia um armazém da Lever nas traseiras da minha casa. Este prolongava-se num enorme baldio donde podiamos ir a pé para a barraca da sra. Maria e daí até à nº3 sem atravessar uma rua sequer. Ai existia também um aqueduto, acho que já nessa altura ele não servia para nada a não ser pontoar o baldio com os seus arcos de volta perfeita, onde à sua sombra podiamos cortar os fetos com que lá em casa de faziam os arranjos de flores. Também nasciam e cresciam braviamente outras flores, principalmente malmequeres e outras que não sei o nome... na verdade não sei o nome de mais nenhuma... aquelas roxas pequenitas que despontam de uma erva alta e seca, aquelas brancas esféricas sem núcleo que se lhe aponte (e que, e esta é uma curiosidade muito interessante, se reproduzem como os morangos, eu já experimentei dentro de um copo de água) e as azedas. Afinal ainda sei mais um nome. As azedas, aquelas flores pequenas em forma de pequenos sinos que nascem no final das finas hastes sumarentas e azedas (óbvio!) que chupavamos muito embora soubessemos que qualquer cão lhes podia ter mijado em cima.
De tudo o que existia de fascinante nesse baldio que rodeava o nosso prédio, aquelas ervas secas com umas coisitas (não sei como designa-las) em forma de seta que se apanham com a mão toda ao longo do caule e depois se atiram contra as costas dos colegas para lhes contarmos os namorados pelas que ficam presas ao alvo, nada era mais bonito e frágil do que as papoilas.
Quando tive na quarta classe (décimo aniversário) a minha cadeira de rainha da primavera, menina dos anos, princesa do papá, elas estavam lá e bem sei que aquilo deu muito trabalhinho. Porque aquela coisa de interlaçar tudo o que é flor rafeira numa cadeira de verga madeirense até ela se transformar num trono, tem muito que se lhe diga.

uma ideia... que era bem capaz de me interessar...

quarta-feira, abril 26, 2006

Republish (só para o caso de não me ter feito entender da primeira vez)

"Quero-te à luz do sol, à luz do sul, já! Antes que sufoque de penumbra, saudade e anseios de cor nos teus olhos."

Crónicas passadas II

Ele tinha aquelas características que me deixam sempre alerta, as costas absolutamente verticais e uma cintura fina. E depois gostava de filmes, sabia de música e tentava (com algum sucesso) introduzir-nos à vida adulta sem traumas, transgredindo o qb.
Achava-lhe muita graça quando ele descobria uma das minhas, e esta é uma das coisas para as quais estamos preparados para gostar aos 15 anos.
O que é certo é que a emoção transcendia o infantil e se transformava em puro transe erótico quando no escuro do Blade Runner, confundidos pelo álcool, aproveitando um daqueles momentos em que a melhor amiga ia à casa de banho nos tocavamos nas mãos, nas coxas, na cara. Sem beijos, sem sexo, sem nexo, a viver duas fantasias completamente diferentes coincidentes apenas no objecto do desejo.
Depois cumprimos o nosso papel, ele de adulto que transgredia e eu de adolescente apaixonada. Esta história seria rídicula não fosse verdadeira. Porque nada apaga sensação de raio eléctrico que me percorreu os dentes quando nos beijámos num recanto escuro para onde nos deixámos escorregar enquanto o resto do grupo avançava alegremente para o próximo bar, porque nada retira a nitidez do canto dos pássaros que nos despertou da luta amorosa em que nos envolvemos nos bancos dianteiros daquele carro cinza-metal nitidamente 80's que ele conduzia.
Vivemos anos numa troca de cartas e telefonemas em que ele era um interlocutor mudo e concretizamos só depois de sermos ambos adultos e quando eu já o podia olhar como um igual. Quando o sexo já não era um transe, quando os beijos já não provocaram descargas de electricidade, quando confessámos medo de não nos sentirmos atraidos um pelo outro, quando as costas dele embora verticais já não acabavam numa cintura fina. Quando ele já não era o Prince das minhas fantasias. Quando isso serviu apenas para exorcizar fantasmas.

lista de competências a desenvolver (teacher's joke)

1. saber utrapassar crises.
2. persistir mesmo quando não vale a pena (?)
3. arranjar forças onde elas não existem.
4. animo, animo, up, up.
5. compreender que nem sempre somos ouvidos.
6. discernir entre amor e uma super bock xl.

etc...

terça-feira, abril 18, 2006

nascido de útero nenhum

Hoje sonhei que havia um bébé na casa do meu avô. Um bébé muito pequenino, não sei se era rapaz se rapariga embora o tenha visto nu. Sei que cresceu bastante nos três (?) episódios que teve este sonho. Sei, senti, que o ia perdendo ao longo do sonho e ele(a) não era de ninguém. Não havia pai, existiam apenas muitas crianças que me iam seguindo nas minhas tentativas de me apoderar dele(a). No início deixavam-me muitas vezes pegar nele, andar com o bébé para trás e para a frente no corredor mas outras vezes punham-no noutra cama a dormir com a minha tia mais nova. Ela tb não era a mãe. Ela já não pode ser mãe. Eu ia busca-lo e nessa altura ainda me deixavam. Mas se calhar ele chorava mais quando estava comigo, nu, a passear pelo corredor, nós os dois seguidos por muitos miúdos maiores, de 4, 5, 6 anos. Depois ele ou ela já era maior e estava dentro de um berço e a minha tia protegia-o(a) mais. O cabelo estava comprido e talvez por isso acredite que ele tenha crescido para ser uma ela.

Quando acordei e racionalizei um pouco, pensei que talvez um dia eu mande arrancar o meu útero e arranje assim um bébé que não seja de ninguém, que eu tenha que disputar a outras mães sem útero, que nunca venha a ter pai e seja seguido apenas pelas outras crianças que me seguem a mim.

quinta-feira, abril 13, 2006

(des)ilusões

Quando eramos pequenos convenciamo-nos facilmente de coisas que não eram verdade... sei lá... pequenas coisas que julgavamos ter acontecido. Mais tarde elas vieram a esclarecer-se como falsas, mas nessa altura do campeonato já nos tinhamos de tal forma apropriado delas que não fazia sentido desligarmo-nos. Quer dizer... há coisas claro, que fomos deixando para trás... outras não.

Dizermos ou pensarmos nessas coisas tornava-nos especiais mesmo que nada nelas correspondesse à realidade.

Eu não tenho os pés pequenos, nunca tive. Nem sequer os tenho particularmente bonitos. São normalíssimos e com isto quero dizer que também não tenho (graças a todos os anjinhos) os pés chatos.

Tive uns ténis, sei lá com que idade, lindos, da le coq sportif (acho eu, também aqui posso estar a mentir) azul bébé (isto eu tenho a certeza). Acho, e mais uma vez apenas acho, que comprei dois pares iguais depois de ter deixado de ser capaz de calçar os primeiros. Parece-me que fiz uma birra quando não consegui comprar os terceiros, mas o realmente estúpido (ou simplesmente infantil) desta história é que me convenci durante anos de que tinha ficado com os pés "pequenos" porque usei esse par de tenis tantos anos pude.

Apesar da "deficiência" motivada pela casmurrice sempre achei uma história brilhante esta de ficar "diminuida" por causa de um amor a uns tenis lindos.

Esta é a croniqueta da menina que não largava os tenis, mas há outras.

Certa vez sonhei (deve ter sido isso) que tinha apanhado uma vacina que me deixou um enorme inchaço acompanhado de uma vermelhidão inacreditável no braço e que isso causara uma pequena cicatriz. As dores eram imensas assim como o impacto de semelhante inchaço purulento. Claro que um dia, bastou uma palavra da minha mãe e toda essa ilusão se desfez, mais tarde percebi que gente que é gente em Portugal tem essa mesma marca. Bom sinal, todos apanhamos a mesma vacina. Espero que me esteja a proteger de uma doença horrorosa.

Mas de cada vez que isso acontece perdemos um bocadinho de nós, das nossas aventuras da infância e percebemos que somos banalíssimos, que as boas histórias (sejam elas divertidas ou dramáticas) passaram-se principalmente com os outros e que nós não somos senão contadores de contos alheios, ladrões de particularidades.

sábado, abril 08, 2006

lost in translation

Não há maneira possível de traduzir os conceitos (e as palavras) distrito, concelho e freguesia para Inglês dos States, right?

E qual seria a aproximação mais segura a estas palavritas? Os moços e moças exilados estão convocados a dar uma mãozinha nesta questão...

terça-feira, março 28, 2006

Cor nos teus olhos

I've got you babe... a musica e o video clip predispoem-me a imaginar relacionamentos feitos de sol e good vibes...
Sinto saudades de te ver fora do carro, fora da cama, fora do centro comercial, fora de portas, fora de cobertas e invólucros artificiais. Sinto vontade de te ter à luz do dia, à sombra das árvores, em esplanadas e cafés iluminados por requebros arcoíricos de luz fragmentada por montras expostas ao sol...
Good vibes de luz e calor naturais sem flanela, meias, casas, muros e escuridão imposta por meses de chuva e cinzentas nuvens.
Quero-te à luz do sol, à luz do sul, já! Antes que sufoque de penumbra, saudade e anseios de cor nos teus olhos.

quarta-feira, março 22, 2006

Há dias...

como hoje em que vemos a nossa vida profissional fugir-nos por entre os dedos e o nosso corpo tem uma vontade irresistivel de abrir a mão...

quinta-feira, março 16, 2006

... - mas passa-se alguma coisa no sotão?

... - claro que sim!
Será que sou capaz de escrever um post convincente sobre o que se passa no sotão?

Acho que não...

quarta-feira, março 08, 2006

Ele às vezes há coisas...

Há aqui uma miuda... dá gosto vê-la passar com aquele seu corpo firme e rabo de cavalo altivo, super segura do seu papel no mundo, sorridente, e aquela farda cai-lhe tão bem... mesmo os sapatos confortaveis, aqueles que todo o farmacêutico usa atrás do seu balcão tornam apenas o seu bambolear um pouco menos sexy mas muito mais interessante.

Imagino muitas vezes que qualquer homem poderia fantasiar acerca desta menina do shopping julgando que enquanto executa as suas tarefas pensa na aula de dança que faz em horário pós-laboral, no workshop de escrita criativa, em coisas eminentemente cultas e interessantes. Isto é, ela pode corresponder à ideia romântica e certamente extraida dos filmes da actriz que serve no café para ganhar uns trocos para manter o sotão retro chique numa zona nobre da cidade onde recebe à noite os seus outros amigos intelectuais falhados e urbanos. Ela proporciona pensamentos sobre casos tórridos onde a simples se torna retorcida e manipuladora, a esforçada trabalhadora se transveste em atraente companheira de projectos...

Claro que eu sei que ela não é nada disso... claro que eu sei que tudo isto são fantasias não concretizáveis, pela improbabilidade da sua verossimilhança com qualquer realidade mas também porque já a vi sem a farda, sem os sapatos medicinais, sem o rabo de cavalo...

terça-feira, março 07, 2006

Porque eu conheço o Dj...


...sexta vou lá estar!

terça-feira, fevereiro 28, 2006

Crónicas passadas I

Um dia ele chegou de carrinha (daquelas que só me fazem pensar em alentejo) com os cães na bagageira e suscitou logo curiosidade.
Antes de ter assimiliado a breves informações que me deram (que seriam, no entanto, mais que suficientes para o identificar) ele chegou-se perto de nós e disse naquela voz perfeitamente inconfundível... desculpem o atraso... o que é que eu posso fazer?
Não nos conheciamos, e certamente não nos passamos a conhecer, mas aquela voz provocava em mim sempre uma vertigem rápida. Felizmente, as diferenças entre aquela pequena figura e a outra rapidamente se estabeleceram... educadíssimo, conversador e exímio na pista de dança, semelhante apenas nas vagas curvas dos caracois, e na voz estupidamente doce.
Tanto um como outro são apenas fogo fátuo na minha vida e saber da sua existência é satisfação suficiente. Consigo, com desprezo bastante, perceber os abismos que nos separam, com pena mas sem dor.
Crónicas passadas...


A música, de um autor/cantor de quem nem sequer gosto muito, é se calhar representativa de um certo espírito que se deve manter relativamente a esta e outras crónicas passadas. É também uma forma de prolongar no tempo uma outra homenagem.

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domingo, fevereiro 26, 2006

suburbanidades

Estamos cada vez mais finos... vamos jantar a restaurantes melhores, pegamos na família e vamos ao teatro depois da refeição, pedimos secretos, pedimos gambas moçambicanas, pagamos com visa gold, subimos na vida. Mas, fazemos tudo aquilo com o requinte de quem ganhou dinheiro e nunca esqueceu os inúmero almoços de fins de semana na Cascata em Moscavide, dos lanches na bomba da Galp (rica tarte de amendoas, que saudades!).
Nessa altura o nosso pai usava uma pochete e ninguém pensava no Nelo e na Idália... eram as coisas da época, a nossa mãe usava saias travadas de cabedal e uma permanente e nós kilts e camisas com cerejas na gola tipo babete. Iamos a Vialonga ou ao Forte da Casa, ou sei lá onde era aquilo, apanhavamos caracois, os putos comiam as cascas dos tremoços e os adultos bebiam imperiais. Na altura eramos exactamente o que somos agora.
Agora no restaurante fino, onde sabemos exactamente como nos comportar e o que pedir, fazemos discretamente aquilo que faziamos antes. Comemos o paozinho (todo!) que delicadamente o empregado colocou com uma pinça no pratinho (do lado esquerdo!) e atiramo-nos ao queijo derretido! Eu pelo menos faço-o. Há entre nós, quem o faça automáticamente, da mesma forma que come o paio alentejano e a fantástica saladinha de bacalhau, eu cá, continuo a preferir o queijo Queru, a pasta (ou paté) de sardinha... essas coisas que sempre existiram em todos os tascos e restaurantes suburbanos. Como-as com aquela ideia "já está pago, que se lixe! como tudo!" e peço coca-cola porque sempre me pareceu estúpido pagar por uma garrafa daquilo que em casa bebo da torneira e com a sensação de que é "à borla" e também porque era o brinde de comer fora.
Rica suburbanidade!... permite-nos ter sempre os pés no chão e a sensação de humanidade que nos liga a todos menos aqueles que afectadamente nunca conheceram as coisas de outra forma.

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Um dó li tá...

Cara de amendoá...

Hoje vou ver este...

definições à parte...

E é assim que aquele cabrão (que nunca mais me linkava) me define...

UMA BOGA ARMADA EM PRESIDENTE DA REPÚBLICA (OU SERÁ UMA PRAÇA?) QUE TEIMA EM SER LISBOETA DESENCANTADA COM O PORTO. BICHINHOS NA CABEÇA NÃO LHE FALTAM, MAS OS OLHOS GRANDES E EXPRESSIVOS NÃO OS MOSTRAM. CAPAZ DAS MAIORES CAGADAS E DAS MELHORES REFLEXÕES, É RAPARIGA DETERMINADA, ACTIVISTA (NO MELHOR E NO PIOR SENTIDO DA PALAVRA) E COM UM CORAÇÃO ENORME QUE NÃO LHE CABE NO PEITO (É MELHOR NÃO CONTINUAR A FRASE). BOCA DOCE E PALAVROSA QUE SORRI QUANDO LHE DOU UM CHUPA-CHUPA DE LARANJA OU UM GELADO DE GELO, DAQUELES MAIS BARATOS. E AINDA POR CIMA É ESPERTA! UMA MAGARELES!

Gostei... de lagriminha quase no canto do olho vou preparando a tua definição!

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

walk the line

Este filme deve ser muito mais bonito do que a realidade, a avaliar pelas fotos abaixo... anyway... se alguém, alguma vez, me pedir em casamento quero que seja exactamente assim.
A June Carter não se pôde queixar de falta de persistência da parte deste senhor.


domingo, fevereiro 19, 2006

Viagens na minha terra...



Pronto... não consegui colar aqui o código que me davam neste site e por isso acho que a imagem não é muito boa... vamos lá a ver como é que isto fica no blog.

Obrigado moço(s) pela dica... o site é muito fixe e se bem que ficamos sempre a olhar para a meia dúzia de checks que pusemos nos quadradinhos (e isso é mto triste) é sempre uma boa maneira de controlar as nossas viagens e fazer planos para pintar de vermelho o resto do mapa (next trip Berlin!!).

Quanto a este, especificamente, tenho pena que não se vejam melhor as pintinhas vermelhas perdidas no oceano atlântico para compensar a falsa ilusão que a enorme mancha asiática causa no ecrã (não havia a hipotese Macau!!)

http://www.world66.com/myworld66/visitedCountries/worldmap?visited=MXCUCVBECZDKFRDEITLUPTESUKCN">
> your own visited country map or check our Venice travel guide

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Ao meu leitor...

O meu único leitor suscita-me muitas reflexões.

Primeiro porque gosto dele, é meu amigo e mora longe. Mas às vezes ele faz-me sentir assim uma espécie de irmazinha mais nova a quem se incentiva por esse mesmo tipo de motivos, gostamos dela, é nossa amiga e mora longe. E talvez, mas isto é provavelmente um devaneio, porque se anteviu nela (a long long time ago) mais talentos do que ela tem realmente.
Desculpa lá, mas hoje pensei isso, senti isso e tive vontade de te dizer... manda-me depois pró caralhinho se te apetecer.

E desculpas também aquelas duas leitoras da treta que nunca vêm cá saber novidades e aquele outro cabrão que supostamente me lê, nunca me comenta (mesmo na cama) e ainda não tratou de me linkar.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

brokeback mountain

No outro dia, li não sei quem, escrever algures (um blog suponho) que quando foi ver o, em português, Segredo de Brokeback Mountain o público se tinha portado muito mal. Com risadinhas e comentários fora de ordem.
Na altura achei praticamente impossível que isso se passasse e achei que certamente quem assim observava provavelmente teria empolado alguma gargalhada nervosa no meio da assistência.
O que é certo é que fui ver o filme ontem à noite e só não estendi uma bofetada para a fila de trás porque me arriscava a fazer figura de parva e não acertar em ninguém.
Começou logo no título traduzido pelas criaturas como "o segredo dos gays" e pelos visto isto deu origem a muita exitação na fila de trás... e depois disso eram os comentários jocosos sobre a virilidade das duas personagens... and so on and so on... enfim...
O melhor que arranjei foi "desculpem meninas, isto é um cinema não é um café" e mesmo assim o meu coração ficou a bater forte. Não sei se por ter de chamar atenção de alguém em público se pela raiva surda de ainda haver gente tão estúpida neste país.
O que enerva é que era um grupinho de jovens em que os mais novos teriam, sei lá, 15 anos e onde esta postura é um mau prenúncio. Algum nervosismo e desconforto eu teria compreendido... é complicado termos que nos confrontar com a nossa (espécie humana) própria sexualidade, mas daí até ao que assisti/ouvi ontem....
Claro que este episódio faz-me sempre lembrar de um outro bem mais engraçado (porque não pode ser ouvido pela generalidade das pessoas e como tal não foi ofensivo) em que num grupo também de jovenzinhos (na altura) um deles empurrava os outros e sussurrava um "vamos embora, vamos embora" quando se viu passeado numa rua de bares gay friendly...
Infelizmente aqui não era disso que se tratava, embora também isso fosse condizente com aquilo que se passava no ecrã. Aquele recalcamento da coisa sexual. Mesmo do protagonistas do romance, o modo como se viam, o modo como julgavam que eram vistos...
E aquele sofrimento mudo de quem se sente obrigado a viver de outro modo para além daquele que lhe faz feliz que atravessou décadas, continentes e que ainda constatamos à porta do cinema quando encontramos aquele senhor distinto que conhecemos demasiado bem (talvez por nos ser familiar) e cumprimentamos o eterno amigo que o acompanha discretamente...

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Que tolice ficar ansiosa... mas é verdade. Hoje não vieste nem disseste nada e eu fiquei aqui feita parva sem conseguir fazer nada das minhas coisas à espera que dissesses algo, de saber de ti. Não é só preocupação. Já te disse a minha coisa contigo não é altruísta, é egoísta. E por aqui se vê. Queria sugar-me mais um pouquinho as energias e fazer através de ti as minhas coisas.
E agora estou aqui. Parada. Quietinha. A contar o tempo. Morta de tédio. Morta de impaciência. Apetecia-me meter-me no cinema e ficar lá esquecida do tempo a viver as coisas do rectângulo. O tempo a passar depressa cá fora. O cinzento das nuvens a transformar-se no cinzento escuro da noite e o dia a passar sem que se desse conta dele, devagar e depressa ao mesmo tempo, inconsciente.

ressacando lx

Vi em Lisboa um grupo prai de 40 crianças chinesas (julgo eu...) a correr das Portas de S.Antão até ao Martim Moniz... concluí agradavelmente que esta cidade não é apenas cosmopolita porque acolhe (bem ou mal) imigrantes oriundos de quase toda a parte... agora há famílias que vivem aqui... não temos apenas os homens e as mulheres que trabalham... as crianças e velhos estão também cá...

O sol estava fantástico e embora um pouco perdida e sem nada de especial para fazer, a cena deixou-me estupidamente feliz. Era sábado e não havia escola mas os putos de várias idades vinham de mochilas e pastas de baixo do braço. Acho que vinham de uma qualquer escola alternativam onde falam e escrevem em chinês... Claro que isto já é uma fantasia minha...

Para além disso há a ligação do Carmo ao Elevador e outras coisas que eu não conhecia já. Agora venho e faço um pouco de turismo. Espanto-me com as lojas novas, maldigo o dia em que me passou esta ideia estranha de viver elsewhere e fantasio acerca da cidade.

Claro que Lisboa é cada vez menos minha e mais de outras pessoas, das conhecidas e das desconhecidas. Claro que o Porto é cada vez mais meu. E provavelmente isso vai transformar-me numa pessoa sem espaço para além do construido pela imaginação.

Sem descambar... gostei de ver algumas casas da rua da Madalena de cara lavadinha mesmo sem saber se isso corresponde a um interior recuperado, gostei de ver as bichas monstras para comprar bilhetes para o cinema, gostei de ver a gente na rua à noite, gostei dos bares que andam a abrir por ai mesmo sem mesmo ter entrado em algum. Gostei, com uma pontinha de inveja, da vida organizada dos meus amigos que continua sem que eu esteja para acompanha-la.

terça-feira, janeiro 31, 2006

Sabe-se Lá (Frederico Valério e Silva Tavares)


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Lá porque ando embaixo agora
Não me neguem vossa estima
Que os alcatruzes da nora
Quando chora
Não andam sempre por cima
Rir da gente ninguém pode
Se o azar nos amofina
E se Deus não nos acode
Não há roda que mais rode
Do que a roda da má sina.

Sabe-se lá
Quando a sorte é boa ou má
Sabe-se lá
Amanhã o que virá
Breve desfaz - se
Uma vida honrada e boa
Ninguém sabe, quando nasce
Pró que nasce uma pessoa.

O preciso é ser-se forte
Ser-se forte e não ter medo
Eis porque às vezes a sorte
Como a morte
Chega sempre tarde ou cedo
Ninguém foge ao seu destino
Nem para o que está guardado
Pois por um condão divino
Há quem nasça pequenino
Pr'a cumprir um grande fado.

Afinal sou eu quem não sabe procurar...

sabe-se lá...

se esta vida é boa ou má...
Sabe se lá... la la la ... o que será?

Caraças! eu já soube este fadinho... e agora que ele me veio à garganta só consigo desenrascar este início e nem o google me ajuda...

Já não basta as cordas vocais já não serem o que eram, dá-me agora para ter a memória de um peixinho vermelho...

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Peixe! Boga! És mesmo um peixinho...

(ou as mil e uma maneiras de perder tempo e a memória)


Vou tirar uma factura... ai merda! tenho que ligar para aquele colégio... agora não, não me apetece... tenho que inventar uma mentira primeiro... toca o telefone. O que é que eu estava a fazer...

Vou ligar ao colégio, já sei o que dizer-lhe... ai! doi-me o estômago... não comi nada hoje...

(pausa na casa das sandes)

Ainda não vi os mails hoje... (ver os mails, blogs e perder tempo na net durante 2h30)... xiça! Ainda não tirei as facturas... preciso de contar o número de crianças que frequentaram a actividade primeiro... hmmm...

É verdade, vou ligar agora ao colégio...

Agora já é tarde, ligo amanhã. O que é que eu tinha pra fazer hoje? Ah! passar aquele cheque... olha, está aqui a revista do público de há três semanas... apetece-me fumar um cigarro... vou lá para fora e aproveito para dar uma vista de olhos à revista...

(lá fora) Ah! é verdade... deixei um post a meio com uma fotografia a fazer upload... naba! peixe! boga! vou já acabar isso! É prioritário!

Oh! merda! Tenho que fazer a contagem dos miúdos inscritos...

Encontrei




Umas fotos decentes da neve em LX











domingo, janeiro 29, 2006

Será justo...

que alguém que nunca viu puto de neve na vida tenha que morar no Porto no único dia do ano em que faz melhor tempo do que em Lisboa?
Tem dias que me sinto com tendêndias... ai! tendências para a dislexia...

Será que isto sempre esteve escrito assim e eu não dei, pura e simplesmente, conta?

segunda-feira, janeiro 16, 2006

estranha sensação de não pertença...

Reflexão suscitada pela série BnO

Será impressão minha ou de quando em vez surge uma geração de pessoas que sobressai?

Não estou a falar de génios literários ou metres das artes plásticas... apenas aquela geração que lança mais jornalistas, políticos, comentadores e proeminentes em geral.

E será impressão minha ou essas gerações tendem a provir dos mesmos locais num dado momento?

O mesmo colégio privado, a mesma zona da cidade e até (talvez em tempos mais recentes) de um qualquer bairro suburbano de Lisboa...

Aquilo que estou a sentir, talvez como uma pontinha de inveja e de desdém , é que é essa é a minha geração.

E não há margem para dúvida, eu não sou sequer vagamente proeminente. Não sou jornalista, político, comentador, nem mesmo cientista, bolseiro ou escritor em qualquer revista de uma qualquer especialidade oscura e "eles", são.

Presidente das minhas tendências, imperatriz destronada... dona apenas da minha opinião.

quinta-feira, janeiro 12, 2006

introdução aos estudos literários

E de repende discutimos A Cidade e as Serras e eu não sei o que dizer...

...pois... não li... parece muito interessante... realmente o Eça de Queiroz não pretendia redimir-se... pois... vejo bem... era uma ironia, levou a modernidade da cidade para a serra...

E olho para uns olhos castanhos e amendoados, uma pele morena de quem fuma muito e com gosto... aquele cabelo liso à altura do queixo... às vezes ri-se e gosta de ironias...

Penso estas coisas todas e digo palermices, ponho-me a rir quando falamos de pré-românticos e percebo de repente que ela leva o tétrico e melancólico muito a sério e lá tento manter uma certa compostura...

Mas aqueles olhos castanhos e amendoados põem-me sistematicamente a pensar no sabor dos seus beijos enfumarados...

Entre o seduzida e incomodada tento concentrar-me nos estudos literários e fixar bem as paredes do gabinete da faculdade, abstrair-me da posição das mãos dela, a maneira como se senta e modo como me olha e tentar não fazer disso um motivo de pensamento...

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Blood Brother rulez! ou Ode à piroseira...


Isto tem mais graça para quem morou aqui:
(já repararam no novo relvado sintético?)



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"A título gracioso foi oferecido à Associação dos Moradores da Portela, pelo
João Alexandre Roque e pelo Nuno Roque, um hino que tivemos a oportunidade de
estrear no Festival de Encerramento de 2004 e que foi (muito justamente) um
grande sucesso!"


in www.amportela.pt

sábado, janeiro 07, 2006

dos gelados, dos perfumes e dos locais onde não iremos mais...

Uma homenagem a duas pessoas que não sabiam onde acabava um e começava o outro...

Limites

Há uma linha de Verlaine que não mais recordarei,
Há uma rua próxima vedada aos meus passos,
Há um espelho que me viu pela última vez,
Há uma porta que eu fechei até ao fim do mundo.
Entre os livros da minha biblioteca (estou a vê-los)
Algum existirá que já não abrirei.
Este Verão farei cinquenta anos;
A morte, incessantemente, vai-me desgastando.

De Inscriptiones (Montevideu, 1923)
de Julio Platero Haedo
in Poemas Escolhidos de Jorge Luís Borges


quinta-feira, dezembro 22, 2005

ehehe esta cena é mesmo engraçada!

alguém está a perceber com o qque é que eu me estou a divertir?

sou esperta eu... sou esperta!

Ena ena! Descobri outra coisita técnica!!

Porque raio...

estou eu a fazer outra directa?

já agora...

Há várias opiniões admissíveis sobre a etimologia que designou o nome de MELRES, sendo certo que aparecem documentos com MELLARES, MELLERES, MERLES E MELRES. As duas opiniões mais generalizadas é que Melres deriva da corrupção de Melros, por aqui haver muito destas Aves; e a outra, é que deriva de “MELLARES”, termo latino que se encontra em documentos medievais e significa TERRAS DE MEL.

Terras de Mel soa bastante bem, não é? A coisa dos Melros também me comove... Indepententemente disso, não fosse ter lá morrido a avó Roseira e nascido a mãe Rosa, aquela terra não me diria absolutamente nada.

x-mas and new year's eve

Eu já tenho planos :




E tu?

terça-feira, dezembro 13, 2005

Sei de quem...

Está aqui:










E deve estar a curtir milhões...


Mas tb sei quem está aqui:













E não está a achar piada nenhuma....

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Diferenças

Nesta terra comem-se pasteis de nata com aquela coisita à volta, como a que se poe nos brigadeiros, aquela espécie de forminha ou folhinho em papel, sei lá, aquela treta que não serve para absolutamente nada.
Quanto à qualidade dos pasteis... deixa mto a desejar. Bendita Belém!

Não te parece que...

Algumas pessoas precisavam de ter apanhado umas chapadas quando eram pequeninas?

Sinto muitas vezes que sou uma espécie de alien quando relato cenas do meu quotidiano laboral... parece-me que a maior parte dos meus amigos e conhecidos enveredaram por áreas de trabalho e/ou investigação que lhes permitem lidar diariamente, senão com pessoas realmente agradáveis, pelo menos com um bocadinho de "chá", boa educação, polimento ou quanto mais não seja uma hipocrisia mais bem alimentada pelo intelecto.
Quando a mim me calham "sopeiras" de voz nasalada, mão na anca, armadas em fashionable people, grunhindo boçalidades, má educação e arrogância sinto que estou decididamente no filme errado.
Pá, chama-me snob mas não estou habituada.

sábado, dezembro 10, 2005

O Natal em trabalho é uma bosta!!

Tem que se tirar tudo do gabinete, voltar a por tudo outra vez, é preciso acordar muito cedo e acartar demasiados pesos, decorar tudo com luzinhas, enfeites e merdices, para no fundo levarem todos uma prendinha do patronato e o que resto que se foda.
Eu, ando lá só a fazer de figura decorativa, cuja presença é ao mesmo tempo indispensável e irrelevante.

Quanto ao Natal em família... falarei mais tarde... provavelmente quando o tiver de festejar.

segunda-feira, dezembro 05, 2005

obssessive word chat

**** diz:
Deixaste aqui o teu casaco de cabedal
take on me diz:
paciencia... é da maneira que tenho de ir ai um dia destes
take on me diz:
agora tb me vou agarrar ao kispo o tempo todo
**** diz:
hehehe
**** diz:
Quentinhos!
take on me diz:
eheh
take on me diz:
nao achas que a malta está a ficar um bocado obcessiva
**** diz:
Quem? Nós?
take on me diz:
yep
**** diz:
8-)
**** diz:
Obcessiva por quê?Pelo quentinho?
take on me diz:
sim.. e pelas as nossas palavras de estimação
**** diz:
Isso é mau?
take on me diz:
nao... é obcessivo
**** diz:
Que se lixe. Há um dicionário inteiro de palavras. gastam-se umas e usam-se outras,
take on me diz:
vamos arranjar mais palavritas de estimação?
**** diz:
Claro!
take on me diz:
vamos escolher já uma e depois usamo-la até nos cansarmos?
**** diz:
heheh
**** diz:
Ok
take on me diz:
vá! diz uma entao?
**** diz:
Escolhe uma letra
take on me diz:
hmmm

take on me diz:
M

**** diz:
Magarefe
take on me diz:
magarefe?
take on me diz:
e em que raio de situações vamos usar isso?
take on me diz:
"tu saiste-me cá um magarefe!"?
**** diz:
heheheh
**** diz:
Isso
take on me diz:
e eu? sou uma magarefa?
**** diz:
Ou "veio um magarefe qualquer e diz-me isto e aquilo..."
take on me diz:
tá bem... entao adoptamos essa palavra
take on me diz:
e eu? sou uma magarefa?
**** diz:
Por vezes
**** diz:
Não há magarefa (acho eu). Deve haver umA magarefe
take on me diz:
sim eu sei ó magarefe!
take on me diz:
tava no gozo
take on me diz:
**** diz:
Sabes que um magarefe é o gajo que abate e esfola os animais nos matadouros?
**** diz:
Mas usas para dizer "meliante" ou coisa parecida
**** diz:
Deixa lá ver o dicionário
take on me diz:
eu sei mocotó!
take on me diz:
mas como é que queres que utilize a palavra se nao lhe desvirtuar o sentido?
**** diz:
Indivíduo que mata e esfola reses para os açougues.
**** diz:
Mau cirurguão, médico inábil
**** diz:
Manganão, tratante (gíria policial)
**** diz:
Magareles tb é giro. Quer dizer homem ou mulher.
take on me diz:
tas a ver... afinal nem lhe tava a distorcer tanto o sentido
take on me diz:
marageles dá para os dois?
**** diz:
Eu sei, eu sei. Eu tb sabia esse sentido de meliante, ou tratante , ou o raio que o valha
**** diz:
Yep
take on me diz:
magareles é uma palavra fixe
take on me diz:
nao discrimina
**** diz:
Magareles, s.. 2 gén. Gír. Homem ou Mulher.
take on me diz:
altamente!
**** diz:
hehhehehe
**** diz:
Sua magareles!
take on me diz:
:)
**** diz:
Vais ficar aí a pastar feita magarefe ou vais para casa como uma magareles que se preze?

...

sábado, dezembro 03, 2005

Visita de médico

Agora que as visitas vieram e se foram, podemos abandalhar novamente este gabinete e deixa-lo entregue às moscas como parece ter sido o caso ao longo de muitos muitos meses.

Claro que agora me apetecia espicaçar um certo triângulo de que me recordo, ou mesmo um quadrado, ou quem sabe darmos as mãos e corrermos em círculo bem agarrados, até as pontas dos dedos ficarem brancas com a falta de circulação.

Apenas uma ideia...

sexta-feira, dezembro 02, 2005

sitemeter

Para continuar com a cabeça no sítio.

Ai a antecipação!

Agora que antecipo uma visita há muito desejada até me pus a fazer coisas completamente estúpidas como corrijir os erros ortográficos que este malfadado (e um pouco em desuso) blog tem (tinha, espero!)

Até já!

Olha as coisas mai lindas que o amorinho fez!



Que feliz fico eu quando ele faz/escreve/diz estas tolices...









E depois fez-me um sapo!







Para, no fim, se despedir assim :)

domingo, agosto 14, 2005

Ingratidão

Senti como se me tivesse a desembaraçar de ti. Logo tu que me ajudaste tanto. Sou uma ingrata.

A tua ajuda e apoio agora parecia-me um sufoco... e além do mais tenho sido rodeada de tanta gente... Já sei que essa "gente" me dá uma falsa sensação de conforto e sei que certamente não estarão cá da mesma forma presente como tu estarias... mas isso também era aproveitar-me e eu também não queria fazer-te isso.
É tramado, não poder mandar na nossa cabeça e no nosso coração de modo a amar apenas aqueles que nos fazem bem. Mas sabendo que não te amo e pressentindo que isso nunca seria uma realidade era-me difícil fazer outra coisa senão o que fiz.

Desculpa.

De qualquer forma, quero crer que não foste tu apenas que me fizeste bem e se tiver forças espero duas coisas: não voltar atrás na minha decisão e ter coragem para ganhar a tua amizade.

terça-feira, maio 31, 2005

Malditas glândulas!

Um dia destes, venho aqui e escrevo tudo.
Há tantos textos a ser escritos neste momento na minha cabeça.
Tantas coisas para dizer.
Engraçado, vir aqui apenas para manifestar essa intenção.
Deve ser apenas para obrigar-me, mais nada.

As coisas andam confusas, eu ando confusa e cansada e neste momento... tenho as virilhas inchadas. Malditas glândulas!

Mas se tudo correr bem... ainda este ano, saio daqui durante 15 dias. Vivo apenas para esses 15 dias. Damm it!

segunda-feira, março 21, 2005

testing... 1,2,3... testing

Será que ainda funciona?
Tenho tido tantas coisas para dizer e nao digo...

quinta-feira, outubro 21, 2004

Caranguejola

Ah, que me metam entre cobertores,
E não me façam mais nada!...
Que a porta do meu quarto fique para sempre fechada,
Que não se abra mesmo para ti se tu lá fores!

Lã vermelha, leito fofo. Tudo bem calafetado...
Nenhum livro, nenhum livro à cabeceira...
Façam apenas com que eu tenha sempre a meu lado
Bolos de ovos e uma garrafa de Madeira.

Não, não estou para mais; não quero mesmo brinquedos.
Pra quê? Até se mos dessem não saberia brincar...
Que querem fazer de mim com estes enleios e medos?
Não fui feito pra festas. Larguem-me! Deixem-me sossegar!...

Noite sempre plo meu quarto. As cortinas corridas,
E eu aninhado a dormir, bem quentinho– que amor!...
Sim: ficar sempre na cama, nunca mexer, criar bolor –
Plo menos era o sossego completo... História! Era a melhor das vidas...

Se me doem os pés e não sei andar direito,
Pra que hei-de teimar em ir para as salas, de Lord?
Vamos, que a minha vida por uma vez se acorde
Com o meu corpo, e se resigne a não ter jeito...

De que me vale sair, se me constipo logo?
E quem posso eu esperar, com a minha delicadeza?...
Deixa-te de ilusões, Mário! Bom édredon, bom fogo –
E não penses no resto. É já bastante, com franqueza...

Desistamos. A nenhuma parte a minha ânsia me levará.
Pra que hei-de então andar aos tombos, numa inútil correria?
Tenham dó de mim. Co'a breca! levem-me prá enfermaria! –
Isto é, pra um quarto particular que o meu Pai pagará..

Justo. Um quarto de hospital, higiénico, todo branco, moderno e tranquilo;
Em Paris, é preferível, por causa da legenda...
De aqui a vinte anos a minha literatura talvez se entenda;
E depois estar maluquinho em Paris fica bem, tem certo estilo...

Quanto a ti, meu amor, podes vir às quintas-feiras,
Se quiseres ser gentil, perguntar como eu estou.
Agora no meu quarto é que tu não entras, mesmo com as melhores maneiras...
Nada a fazer, minha rica. O menino dorme. Tudo o mais acabou.

Mário de Sá-Carneiro

terça-feira, outubro 05, 2004

Paixão

Mais do sentir-me apaixonada, sinto falta de alguém estar verdadeiramente apaixonado por mim...

quarta-feira, setembro 22, 2004

Lovely

«Aaron, por seu turno, não tinha outra desculpa para estar com Nick senão o facto de o amar, o que era inexplicável para alguém que nunca soubera o que era estar apaixonado. O amor é uma espécie de fanatismo. Comporta em si mesmo uma convicção que se sobrepõe a quaisquer indícios de que aquele amor pode ser um engano.»

in "Lovely" de Frank Ronan

O amor é uma espécie de fanatismo. Comporta em si mesmo uma convicção que se sobrepõe a quaisquer indícios de que aquele amor pode ser um engano... Deve ser por isso... Esta é a única explicação... Não existem outras razões lógicas que o suportem. O que o a citação não diz, mas que o livro explica é que o amor não é "desculpa" suficiente para se continuar com alguém que o tempo já provou ser "um engano"...

terça-feira, setembro 21, 2004

Vuelvo al Sur

Vuelvo al Sur,
como se vuelve siempre al amor,
vuelvo a vos,
con mi deseo, con mi temor.

Llevo el Sur,
como un destino del corazon,
soy del Sur,
como los aires del bandoneon.

Sueño el Sur,
inmensa luna, cielo al reves,
busco el Sur,
el tiempo abierto, y su despues.

Quiero al Sur,
su buena gente, su dignidad,
siento el Sur,
como tu cuerpo en la intimidad.

Te quiero Sur,
Sur, te quiero.

Vuelvo al Sur,
como se vuelve siempre al amor,
vuelvo a vos,
con mi deseo, con mi temor.

Quiero al Sur,
su buena gente, su dignidad,
siento el Sur,
como tu cuerpo en la intimidad.

Vuelvo al Sur,
llevo el Sur,
te quiero Sur,
te quiero Sur...

Daqui a 4 anos... falta pouco... não custa nada...

segunda-feira, setembro 20, 2004

Your Body Is WonderLand

We got the afternoon
You got this room for two
One thing I've left to do
Discover me
Discovering you

One mile to every inch of
Your skin like porcelain
One pair of candy lips and
Your bubblegum tongue

And if you want love
We'll make it
Swimming a deep sea
Of blankets
Take all your big plans
And break 'em
This is bound to be a while

Your body Is a wonderland
Your body is a wonder
(I'll use my hands)
Your body Is a wonderland

Something 'bout the way your hair falls in your face
I love the shape you take when crawling towards the pillowcase
You tell me where to go and
Though I might leave to find it
I'll never let your head hit the bed
Without my hand behind it

Your body Is a wonderland
Your body is a wonder
(I'll use my hands)
Your body Is a wonderland

Damn baby
You frustrate me
I know you're mine all mine all mine
But you look so good it hurts sometimes

Your body Is a wonderland
Your body is a wonder
(I'll use my hands)
Your body is a wonderland
Your body Is a wonderland

se tudo acabou, a minha vida ficou sem banda sonora...

sábado, setembro 18, 2004

No Dia Em Que Ele Se Enganou...

A vida fechou para mudanças... tudo isto no dia em que ele se enganou.

Tu

Penso em todas as coisas: feitas; por fazer; compromissos; encargos.
Em todas elas está gravada a tua face.

(lamento, este roubei de outro, de qualquer forma ele já tinha roubado o que eu queria dizer)

for your eyes only

quinta-feira, setembro 16, 2004

Everybody's Gotta Learn Sometime

Change your heart, look around you
Change your heart, it will astound you
And I need your loving like the sunshine
And everybody's gotta learn sometime
Everybody's gotta learn sometime
Everybody's gotta learn sometime
Oooh

Change your heart, look around you
Change your heart, it will astound you
I need your loving like the sunshine
And everybody's gotta learn sometime
Everybody's gotta learn sometime
Everybody's gotta learn sometime
Oooh

I need your loving like the sunshine
And everybody's gotta learn sometime
Everybody's gotta learn sometime
Everybody's gotta learn sometime
Oooh

Everybody's gotta learn sometime
Everybody's gotta learn sometime
Everybody's gotta learn sometime
Oooh

for your eyes only...

quarta-feira, setembro 15, 2004

Lágrimas de Crocodilo


lágrimas de vidro

Fado Amputado

Vê se me deitas depois
Culpas no rosto
Eu sou sincera
Porque não quero
Dar te um desgosto

For Your Eyes Only

Este há-de ser um título de um post que hei-de escrever, pessoal e intransmissivel, só para ti, para os teus olhos que são únicos na tua maneira de me olhar.

terça-feira, setembro 14, 2004

To Do List

- ligar para "os primeiros passos"
- ir buscar cheques aos caloteiros da rua da boavista
- enviar factura hotel
- enviar factura s.mamede
- ligar contabilista
- fazer programa anual clip
- arrumar todos os temas
- fazer modelos de insectos
- ligar oficina
- ligar aos alemães
- ligar araujo por causa de comprador
- ouvir voice-mail

está certamente incompleta...

e depois da palhaçada

depois da palhaçada, só me apetece dizer que hoje me sinto mergulhada em silêncio...

palhaçada


parecida, hein?

ainda mais verosímil de costas Posted by Hello

segunda-feira, setembro 13, 2004

mais uma vez procrastinar

PENSAS QUE AO IGNORAR UMA TAREFA ELA DESAPARECERÁ? - assim espero...
AGES DE ACORDO COM ESTA IDEIA? - demasiadas vezes
VIVES PARA O MOMENTO? - no... not really... not all the times, at least
TENS BAIXA TOLERÂNCIA À FRUSTRAÇÃO? - não sei... provavelmente... mas não sei exactamente o que é que isso pode significar
ADIAS SISTEMATICAMENTE AS TAREFAS? - sempre
ESTABELECES OBJECTIVOS POUCO REALISTAS, DEMASIADO PERFECCIONISTAS? - muitas vezes
RECEIAS NÃO CONSEGUIR DESEMPENHAR UMA TAREFA TÃO BEM QUANTO DESEJARIAS? - sim, de qualquer forma receio mais nao a concretizar, at all
TENS DIFICULDADE EM PASSAR DA FANTASIA À ACÇÃO? - tenho a tendência de achar que de facto não passa de isso mesmo, uma fantasia
PERSISTES DE FORMA SISTEMÁTICA EM APENAS UMA PARTE ÍNFIMA DA TAREFA? - hmmm... talvez... às vezes nem isso
ENGANAS-TE A TI PRÓPRIO SUBSTITUINDO TAREFAS IMPORTANTES POR OUTRAS SÓ APARENTEMENTE RELEVANTES? - eu não ando enganada, sou uma procrastinadora consciente
PROCURAS CONSTANTEMENTE AGRADAR OS OUTROS? - gostava de pensar que não, mas imagino que alguns comportamentos que tenho não podem ser analisados de outra forma
SENTES QUE PRECISAS DA APROVAÇÃO DOS OUTROS PARA TERES CONFIANÇA EM TI PRÓPRIO? - faz bem ao ego, mas não sinto que seja absolutamente necessário (em determinadas alturas até se tornou incomodativo)
TENS DIFICULDADES EM TOMAR DECISÕES POR TI? - err.. sim...
SERÁ QUE DRAMATIZAS O TEU COMPORTAMENTO PARA COM DETERMINADA TAREFA EM VEZ DE A REALIZARES? - definitivamente
PERMANECES NUM ESTADO DE CONTEMPLAÇÃO IMPRODUTIVA SEM NUNCA PASSARES À ACÇÃO? - o mais que conseguir
ACREDITAS QUE OS SUCESSIVOS PEQUENOS ATRASOS SÃO INOFENSIVOS? - pequenos atrasos sim, "isto" não!
FICAS PARALISADO A DECIDIR ENTRE ESCOLHAS ALTERNATIVAS? - fico paralisada com a perspectiva de ter que prosseguir com a opção que tomei
VÊS-TE A TI PRÓPRIO COMO IRRESPONSÁVEL, INDISCIPLINADO, PREGUIÇOSO? - em termos práticos, sim... em termos teóricos, não... vá-se lá perceber isto.
SOBRESTIMAS AS CAPACIDADES DOS OUTROS E SUBESTIMAS AS TUAS? - não de uma forma geral
ENGANAS-TE A TI PRÓPRIO AFIRMANDO QUE UM DESEMPENHO OU UNS OBJECTIVOS MEDÍOCRES SÃO ACEITÁVEIS PARA TI? - ....
ENCONTRAS PENSAMENTOS DO GÉNERO "VOU ESPERAR QUE TENHA VONTADE PARA COMEÇAR"; "AMANHÃ COMEÇO" OU "TENHO MUITO TEMPO PARA FAZER ISTO"? - it crosses my mind, mas já sei que é tanga... já não "me acredito"

o círculo perfeito

Os colégios abrem as portas e eu volto ao meu trabalho.

Volta aquele Setembro demasiado parecido a Outubro que rima com mochilas às costas e um caminho feito aos saltos entre as poças de água em direcção à nº3.

Começa a escurecer mais cedo e o Verão de tão curto e sujo de nuvens escuras parece já ter ido embora há tanto tempo que pouco existe para recordar.

É um regresso às aulas sem cadernos novos, sem cheiro de tintas recém impressas nos manuais, sem colegas vindos de outras turmas, sem professoras novas e nervosas, sem romances de verão...

Regressar às aulas era um ciclo que se repetia mas onde nunca se voltava à casa de partida.Não era um círculo era antes uma espiral ascendente. Cresciamos em anos, cresciamos em amizades, cresciamos em conhecimentos, cresciamos... agora não crescemos mais. Já devemos estar grandes. Já deviamos estar grandes. Já devia. O início da minha espiral encontrou o fim e eu desenvolvi-me em circulo.

Mais um dos meus amigos foi embora em busca do "american way of life". Outros compram casa e juntam.se. Os nossos irmão mais velhos sentem urgencia em procriar e os nossos irmão mais novos não acham isso estranho. Tudo isso me horroriza, me arrepia, me afasta. Recuso-me.

Bom... talvez esteja a dramatizar... talvez tb os outros o estranhem.

Por estas razões e por outras bastante mais objectivas increvi-me outra vez na escola. Escola Superior de Educação. Se calhar um dia serei mesmo professora e todos os anos, por esta altura, voltarei à escola.

O círculo perfeito.

sexta-feira, julho 30, 2004

Senti-me útil

Coloquei o banner no topo da pagina e senti-me realmente útil. Bom... não tão util como isso... esta é uma informação fornecida pelo sitemeeter.
De qualquer forma, gostei de aprender mais uma coisita, em termos técnicos de como é que tudo isto funciona.

quinta-feira, julho 08, 2004

Este é só para experimentar..

Deixa cá ver se os comments funcionam mesmo...
Não que esteja à espera de comentários.

quarta-feira, julho 07, 2004

Procrastinar

Espero tê-lo escrito bem.
Esta deve ser a palavra mais feia que conheço. Esta é também a palavra que mais utilizo. Pratico.

Hoje estou a criar problemas a mim mesma. Graves.

Tenho... medo.

segunda-feira, julho 05, 2004

Ressaca

Hoje tenho mais consciencia da minha cabeça do que em qualquer outro dia. Hoje a minha boca acordou mais seca. Ressaco as ene cervejas que bebi ontem numa noite tão aborrecida. Lá fui eu simulando prazer nas conversas banalissimas e supondo-me alegre nuns festejos em que nem sequer havia nada para festejar.

Acho que me estou a tentar habituar a um modo de vida diferente, fiquei contente em conseguir dormir na casa que me está destinada e tentei celebrar esse facto vestindo-me e pintando-me um pouco melhor do que nos outros dias. Infelizmente chegando ao escritorio nada mudou, aqui estou eu agarrada a este computador gastanto horas porque não as quero usar em mais nada... E eu preciso tanto de as usar em tantas coisas. Mas acho que agora nem a ajuda dos outros me ajuda. How can others help me if i can't help myself?

Tento usar este texto como alavanca... nem que seja para enunciar tudo o que tenho para organizar.

Uso este texto também para comunicar com os inúmeros destinatários das minhas antigas crónicas epistolares. Já não vos sei escrever... agora Tu és Vários.

segunda-feira, abril 12, 2004

final adiado

Parece que afinal nao foi o fim, pelo menos foi um final adiado... Deve ser isso a que a Páscoa se refere quando fala em ressuscitar.

Ressuscitou esta relação pelo menos enquanto a morte nao chega realmente.

Hoje o prenuncio nao foi bom. Estará ainda meia moribunda?

Houve uma promessa. Será cumprida? As preces estão orientadas nesse sentido. Vamos ver.

sábado, abril 10, 2004

o fim

Hoje parece-me que foi finalmente o fim... não por esta conversa ter sido muito diferente das outras...

Foi diferente, talvez tenha sido, por isso considero realmente o fim. Ele foi exposto tão claramente. Era mesmo uma morte anunciada e mesmo assim...
Estou vazia... isso deve ser um sentimento comum a todos os que poem um fim a alguma coisa. Não serei diferente. Queria que este fosse um fim um bocadinho mais especial que todos os outros. Porque para mim também é o fim de uma coisa um bocadinho mais especial que todas as outras... que todas as minhas outras histórias e do que todas as outras histórias de todas as outras pessoas.
Claro que não é. Claro que este é apenas um daqueles dissabores, uma daquelas coisas que irei recordar como mais uma num dia longinquo que ainda há-de vir. Sei. Tenho absoluta certeza que não foi o último, nem o melhor, nem o mais marcante. Além de sabe-lo tenho que deseja-lo... de outra forma seria o caos.
Só que este fim implica uma série de finais. Final de um sonho em que me via como a parte absolutamente indispensável de além ( que imodéstia), o final de uma casa que fui construindo como um pretexto para uma vida qualquer que ando a inventar a cada momento.

Estou com medo do que há-de vir. Conheço-me demasiado bem. Esta circunstância propicia escapes. Escapes cada vez mais frequentes. Escapes para além daqueles a que já me fui habituando. Sei que odeio essa caracteristica em mim. Além do mais detesto essa caracteristica em toda a gente. Critico-a e possuo-a. Odeio-me. É unica conclusão lógica.

E agora? Conseguirei levantar-me da cama? Saberei o que fazer com os meus finais de tarde? para não falar dos dias inteiros num trabalho que odeio e que uma das poucas coisas que me alentava era esse dinheiro ser para nós, era o esperar-te muito de vez em quando no escritorio, era ligar-te durante o dia para saber se já tinhas acordado? É que nem posso considerar-me como aqueles homens divorciados que não sabem o que fazer com a sua casa vazia e lidar com a ausência do outro. Não tenho casa. Não tenho sítio para onde voltar e sentir-me sozinha. Fiquei até sem poiso para uma qualquer foda fortuita que pudesse surgir. Não estou desalojada como é óbvio. Apenas voltarei para um modo de vida que para mim é absolutamente temporário.

Mas agora não tenho perspectivas.

Apesar de tudo prefiro não te ter trocado por ninguem. Por um Outro. Talvez o diga para parecer corajosa ou porque de facto não existe ninguém. Ou porque é politicamente correcto dize-lo. Para mim é uma paulada. Boa. Provavelmente.

E esta cidade continua aqui a acenar-me com solidões desesperadas, que nem um inesperado encontro atenua. Pelo contrário, acentua.

Conclui agora, e com uma certa graça e apreço pela minha propria inteligencia, que esta minha situação, ou melhor, todo o meu modo de vida é Expressionista. Exagerado, arrancado a ferros, com o drama à flor da pele. Todas as cores são demasiado berrantes ou demasiado escuras.

Quanto a nós, acho que o mau foi conhecermo-nos demais, conhecer o podre e o doentio de cada um destruiu-nos. Mas foi uma das mais belas conquistas de intimidade. Enquanto fomos apenas explorando todas as nossas pequenas graças. Agora para o fim já estavamos muito cansados e as piadas estavam gastas. Vou sentir tanta falta da tua parceria para algumas loucuras.

Quem sabe um dia a coisa tem volta. Mais madura eu e com mais capacidade de encaixe tu.

Agora tratarei de encontrar outras coisas. Outros interesses e coisas. Pessoas, muitas. Quero embriagar-me nelas. Mas sei, sei-o demasiado bem que para estar novamente "in the mood for love" vai levar muito tempo. Muito mais tempo do que imaginas e sequer acreditas. Sei que me imaginas sedenta (carente) de outro amor. Terá de aparecer alguem radicalmente diferente e isso vai levar muito tempo. Entretanto... entretanto vai acontecer aquilo que sempre aconteceu. Os mesmo homens, acho as vezes que é mesmo sempre o mesmo homem... que vão olhar para mim, ver a uma lolita já entradota e escorregar brevente nos meus braços que acentem (?) muito mais do que deveriam (?).

Não se entende e tanto faz que se entenda.

Cometo o erro de ouvir Sade Adu e de lembrar-me de da casa onde fomos mais felizes apesar de ter sido uma das fases mais complicadas da minha vida. Lembro-me muito bem de lavar aquele chão com estas musicas. Das janelas altas e do nosso sofá, cadeira de praia, branco. Amei-te muito. Amo-te muito por esses momentos. E pensar que nessa altura também havia crises. E pensar que talvez tivesse sido melhor que fosse sempre eu a suportar essas crises. O teu egoismo maior foi a nossa relação degradar-se quando a crise te afectou. Antes tu podias sempre proporcionar momentos maravilhosos mesmo que nao trouxesses dinheiro para casa. Antes eu proporcionava momentos maravilhosos quando calava as minhas duvidas e os momentos de escape à nossa relação não te tocavam. Se calhar fui perdendo essa habilidade ou fui-me cansando. Talvez nao tenha sido persistente o suficiente para esperar os dias melhores onde tudo seria janelas altas e sofás brancos.

Onde eu seria a tua "butterfly".

quinta-feira, abril 08, 2004

os títulos

já consegui... uma pequena vitória para um dia (s) verdadeiramente javardo

análise

Esta lista serve para quê? Refletir? Já refleti o bastante sobre esta lista... não chego a nenhuma conclusão.

Não entendo se ou boa demais ou má demais... o que é que esta carreirinha de nomes me tráz? São trofeus? Fui eu a caça? Quem me escolhe define-me? Serei sempre a escolhida?

Adoro ser escolhida, eleita? Será uma das tendencias definidoras... Provavelmente será.

Estou farta de ser escolhida sempre pela mesma pessoa, mesmo que essa mude de nome e de apelido. Cansada de ser sempre ....

Fácil.

a lista

Para hoje uma lista:

Zé F.
Jorge C.
Ricardo C.
Nuno Alex
D.
Filipe C.
Alberto
Antonio F.
Jorge
Nuno M.
André
Paulo
Manuel A.
Raul


terça-feira, dezembro 16, 2003

Chego à conclusão que não sou feito para isto. Isto dos blogues é uma coisa estranha... pondero a hipotese de desistir... Não conheço blog nenhum que seja tão mau ou desinteressante como o meu. Tento pensar nisto como uma forma de mais tarde eu recordar... mas será que quero ser recordado como apenas uma prosa básica e triste. De qualquer forma isso pouco interessa... ninguém me lê e sinto.me demasiadamente envergonhado para dar a morada deste local onde decidi explanar as minhas tendência a alguém.

Sinto-me em estado de ansiedade hoje. Já estou com a cabeça noutro lugar, noutra cidade. Aproveito a celebração de algumas decadas do meu partido para me pirar... rever companheiros, amigos, amantes e amores longinquos. Tudo o que tenho no gabinete para tratar, parece-me de repente, perfeitamente possivel de ser resolvido numa outra data qualquer. De preferencia já em 2004. Ainda sou como os miudos da escola que aproximando-se vagamente a data do Natal já não se vêm a fazer mais coisa nenhuma. Quero entrar de férias.